Um dia desses eu desci do ônibus, e fui andando para assistir uma palestra. Eu estava de calça legging e uma blusa jeans, uma roupa simples. Tinham uns 3 caras mexendo em um carro e conversando. Quando passei, começaram a me gritar "EI, BOA TARDE. BOA TARDE. FALA COM A GENTE". E isso me enojou bastante. Eu tenho certeza que se tivesse saído de burca, tapando cada pedaço do meu corpo o tal assédio não aconteceria. Não precisa existir um toque indesejado para ser assédio, basta que alguém desrespeite seu espaço e seja impertinente. E eu continuei andando fingindo que não era comigo. Com certeza outras pessoas ouviram, viram, e isso causou a mim um certo constrangimento. Eu não sei o que se passa na cabeça desses homens que pensam que vão conquistar uma mulher com elogios do tipo: gostosa, delícia, ô lá em casa, ou o que quer que seja. Entramos naquele âmbito do #eunãomereçoserestuprada, movimentos feministas, Sara Winter e etc. Nada disso seria necessário se as pessoas respeitassem o espaço alheio e entendessem que o sua liberdade termina quando a do outro começa. Não é pedir para que não se olhe para ninguém do sexo oposto ao andar no calçadão da cidade, é prestar atenção na forma que se olha e se perguntar: se eu fosse aquele fulano que estou admirando, me sentiria constrangido ao ser observado assim? É pensar que poderia ser sua ou seu irmã(o), ou alguém que é querido para você sendo olhado como um objeto por um desconhecido; como se o tal fosse capaz de se ter uma visão raio x, olhando maliciosamente dos pés a cabeça.
Esse vídeo é uma maneira resumida do que eu penso sobre o assunto. É bem curtinho e nos incentiva enxergar duas vezes situações "do dia-a-dia" absurdas que ocorrem a nossa volta, e infelizmente muitas vezes estamos cegos ao que nos é apresentado. Aproveite e dê uma passada no Think Olga, saiba sobre a campanha, que tem absolutamente tudo a ver com o assunto abordado nesse post e compartilhe aqui embaixo experiências vividas ou sua opinião.